TRT de Goiás vai usar IA para auxiliar juiz nas sentenças

Adesão ao Galileu representa mais um passo na modernização da Justiça do Trabalho
Martelo da Justiça Crédito: Pexels

O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região (TRT-GO), desembargador Eugênio Cesário, assinou acordo de cooperação técnica que formaliza a adesão do tribunal ao uso da ferramenta de inteligência artificial Galileu, desenvolvida pelo TRT do Rio Grande do Sul.

Para o presidente do TRT-GO, a adesão ao Galileu representa mais um passo na modernização da Justiça do Trabalho, com foco na otimização dos fluxos de trabalho e no fortalecimento da prestação jurisdicional. Segundo ele, a inteligência artificial chega como uma aliada dos magistrados e servidores, sem substituir a análise humana nem comprometer a segurança jurídica.

“A tecnologia não vem para substituir o trabalho humano, mas para potencializar. Com ela, conseguimos mais celeridade, sem abrir mão da qualidade, da responsabilidade e da justiça que cada processo merece”, afirmou o presidente.

Ferramenta Galileu

O Galileu é uma ferramenta de inteligência artificial que lê automaticamente peças processuais e, a partir dessas informações, sugere minutas de relatório, tópicos estruturados e modelos de fundamentação para auxiliar na elaboração de sentenças. A tecnologia é alimentada pelo banco de dados PangeaGab, que reúne textos de gabinete validados pelos próprios magistrados, além de precedentes qualificados e jurisprudência consolidada.

O diretor da Coordenadoria de Precedentes e Jurisprudência, Augusto Dias, explicou que o Galileu é uma inteligência artificial generativa que vai integrar tanto o PangeaGab como o PJe, otimizando o trabalho dos magistrados e assistentes.

Ele ressaltou que o Galileu não substitui o trabalho humano, pois cada etapa passa pela revisão de juízes e servidores, garantindo segurança jurídica, coerência e qualidade na produção das decisões. Conforme dados do TRT do Rio Grande do Sul, tribunal que desenvolveu o sistema, apenas no primeiro mês de uso, o Galileu auxiliou na elaboração de quase 2 mil minutas de sentença, uma média de 108,5 por dia útil.

Com o teste-piloto realizado nos oito tribunais que aderiram ao convênio, a expectativa é que a ferramenta seja aperfeiçoada e, posteriormente, nacionalizada, com previsão de implementação definitiva já em setembro deste ano, conforme informou o TRT-RS.

A iniciativa conta com o suporte técnico e científico do Laboratório de Inovação do TRT-RS (Linova), que supervisiona todos os projetos-piloto, tanto para o 1º como para o 2º grau de jurisdição.

Crédito da imagem: Pexels

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