Tecnologia transforma o mercado segurador e impulsiona negócios

Setor deve destinar R$ 20 bilhões para essa área em 2025, um crescimento de 17,5% em relação ao ano anterior
Mãos de humano e robô Crédito: Pexels

O mercado segurador passa por um processo de transformação com o uso intensivo de dados, inteligência artificial e plataformas digitais, que tem contribuído para personalizar ofertas, tornar os produtos mais acessíveis e melhorar a experiência do cliente.

Investimentos robustos em tecnologia amparam essas mudanças. De acordo com dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o setor deve destinar R$ 20 bilhões para essa área em 2025, um crescimento de 17,5% em relação ao ano anterior.

“O investimento em tecnologia é parte fundamental da estratégia de todas as empresas, e aquelas que não aplicarem recursos nessa área correm o risco de ficar para trás”, destacou Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, durante a Conseguro 2025, evento do setor realizado em maio na Capital paulista.

“A personalização e a precificação mais inteligentes são possíveis graças ao uso massivo de dados e à digitalização, que também aumentam a eficiência e melhoram o atendimento”, explicou, no mesmo evento, Ana Paula Schmeiske, presidente da Comissão de Inteligência de Mercado da CNseg.

Na Seguradora ALM, a IA é usada não apenas como ferramenta de eficiência, mas como um alicerce estratégico para entregar valor em escala.

“A IA nos permite acelerar análises de dados, tomar decisões mais precisas e personalizar ofertas em tempo real, garantindo mais agilidade, conveniência e transparência para nossos clientes”, diz Alexandre Dominguez, CEO da Seguradora ALM.

De acordo com ele, a inteligência artificial também tem contribuído na redução de riscos operacionais, melhorar a experiência do segurado em momentos críticos (como no sinistro) e viabilizar produtos mais inclusivos e inovadores. “O recurso deixa de ser uma promessa tecnológica e passa a ser uma vantagem competitiva concreta”, destaca.

“O uso de IA traz eficiência operacional, contribui para redução de fraudes, traz melhorias na jornada do cliente, incrementa as taxas de conversão resultando em crescimento de vendas, automação”, concorda Iolanda Marques, Head de Benefícios Corporativos da Korsa Riscos & Seguros.

Processos em que a IA pode ser usada

A IA pode ser aplicada ao longo de toda a cadeia de valor do seguro. “A IA pode ajudar as seguradoras em avaliação de risco, detecção de fraude, atendimento ao cliente e personalização de produtos. A IA permite uma análise mais precisa de diferentes riscos em big datas para identificar comportamentos de utilização ou suscetíveis a fraudes, pode ainda aperfeiçoar a experiência do cliente nos canais de atendimento e personalizar ou desenhar produtos com base em dados históricos”, diz Iolanda.

Entre as possibilidades de aplicação de IA no mercado segurador estão:

  • Subscrição (underwriting): com algoritmos que analisam variáveis socioeconômicas, de saúde ou de histórico financeiro em segundos, conseguimos precificar com mais assertividade e agilidade, inclusive para seguros de vida e garantia;
  • Distribuição: utilizamos a IA para recomendar produtos personalizados, com base em comportamento, perfil e jornada digital dos clientes, aumentando taxa de conversão e engajamento;
  • Atendimento e sinistros: sistemas de IA como chatbots e motores de decisão automatizam desde o aviso até a liquidação do sinistro, com menos atrito e mais empatia;
  • Compliance e antifraude: soluções baseadas em IA identificam padrões atípicos e previnem fraudes com grande precisão, o que protege a mutualidade;
  • Gestão atuarial e precificação dinâmica: a IA reforça a capacidade de simular cenários complexos e precificar produtos com maior granularidade e frequência.

Resultados

Os resultados são bastante expressivos. Na ALM, por exemplo, desde a adoção da IA a seguradora vem observando a redução de até 80% no tempo médio de liquidação de sinistros simples; aumento de 30% na taxa de conversão digital, com recomendação de produtos via assistentes inteligentes; eficiência operacional com redução de custos em várias frentes; e a melhora na governança técnica.

“Mais importante do que os indicadores é o impacto no cliente final. Com a IA, conseguimos ser mais acessíveis, ágeis e transparentes”, afirma o executivo ao destacar que a inteligência artificial abre espaço para uma nova cultura de seguro, mais preventiva, personalizada e preditiva. “A IA não substitui o humano, ela potencializa o cuidado.”

“O desenvolvimento de modelos preditivos para criar modelos que antecipem tendências de mercado e comportamentos dos clientes em vários segmentos, inclusive medicina e saúde, podendo ser um recurso poderoso em gestão de sinistralidade de contratos de assistência médica e /ou odontológicas; ajudam as seguradoras a manter em conformidade as regras de compliance e regulação, traz inovação em produtos existentes, sendo fonte de informações para criação de novos seguros, microseguros”, finaliza Iolanda.

Crédito da imagem: Pexels

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