O auditor-fiscal da Receita Federal do Brasil, Pedro Frantz, destacou que a inteligência artificial já está presente em praticamente todas as áreas da administração tributária. A Receita esteve na Semana de IA do Serpro apresentando como tem apostado na inteligência artificial, na integração de informações e na transparência para transformar dados em decisões mais justas e aprimorar os serviços prestados ao cidadão.
São mais de 40 projetos ativos, com aplicações que vão desde a fiscalização até o atendimento ao cidadão. Na área fiscal e antifraude, por exemplo, segundo o auditor, a Receita realiza cruzamentos massivos de dados, análises de redes e seleção preditiva para identificar irregularidades com maior precisão.
Já na aduana, projetos como o AJNA, que faz varreduras com raio X em contêineres, e o ‘Muralha Inteligente’, sistema de câmeras e sensores ao longo das fronteiras. “A IA nos ajuda a detectar rotas suspeitas e assim a gente consegue mais assertividade na busca”, declarou.
Nos aeroportos, o antigo processo de inspeção aleatória foi substituído por sistemas de gerenciamento de risco, baseados em IA. “Hoje, quando um avião pousa, já sabemos quem será fiscalizado. Isso reduz falsos positivos e evita desconforto para o viajante que está em conformidade”, explica Frantz.
Na área jurídica, a Receita começa a utilizar modelos de linguagem (LLMs) para segmentação de processos e apoio à elaboração de minutas, sempre sob supervisão humana.
“Há receio de que a IA substitua o servidor público, mas ela veio para apoiar, não para substituir. A decisão sempre será do ser humano”, enfatiza o auditor. No atendimento e compliance, estão sendo implantados chatbots com IA generativa, treinados para evitar alucinações e fornecer respostas confiáveis.
Crédito da imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil