Nvidia obtém aval de Trump para vender chips mais potentes de IA à China

A Nvidia conquistou uma vitória significativa no governo dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump autorizou a empresa a exportar seu chip avançado de inteligência artificial H200 para a China, em troca de 25% de participação sobre as vendas no país. A medida pode reabrir um mercado estimado em US$ 50 bilhões, após anos de restrições que limitavam a atuação da fabricante norte-americana na segunda maior economia do mundo. As informações são do InfoMoney.

O anúncio foi feito pelo próprio Trump em sua rede social Truth Social, após semanas de discussões internas com conselheiros e membros do governo. Segundo o presidente, a autorização foi comunicada ao líder chinês Xi Jinping, que teria recebido a notícia de forma positiva. A venda, no entanto, será restrita a clientes aprovados, e outras fabricantes, como Intel e AMD, também poderão participar do acordo.

“Vamos proteger a segurança nacional, criar empregos americanos e manter a liderança dos EUA em IA”, escreveu Trump.

Ele também reforçou que os clientes dos EUA continuarão focados nas linhas mais avançadas da Nvidia, como Blackwell e Rubin, que não fazem parte do acordo com a China.

Uma reversão estratégica para a Nvidia

A decisão é vista como um compromisso em relação ao plano anterior da Nvidia de vender chips da linha Blackwell a empresas chinesas. A ideia encontrou forte resistência em Washington.

Nos últimos meses, a companhia conseguiu apenas aprovar a venda do chip H20, projetado para ficar abaixo dos limites de exportação vigentes. A China, porém, desencorajou seu uso, preferindo apoiar fabricantes locais como forma de reduzir dependência de tecnologia americana.

O CEO Jensen Huang tem buscado reaproximação com o governo Trump desde 2024, argumentando que as restrições beneficiam concorrentes chineses. Ainda assim, o próprio Huang admitiu nesta semana que não sabe se o H200 terá aceitação no mercado chinês caso as vendas sejam liberadas. “Não temos ideia”, afirmou, destacando que a China não aceitaria versões degradadas do chip.

Decisão gera reações e tensões políticas

A autorização ocorre em um momento em que o Congresso discute mecanismos ainda mais rígidos para limitar vendas de hardware avançado aos rivais geopolíticos dos EUA. Recentemente, parlamentares retiraram da legislação de defesa a GAIN AI Act, que obrigaria empresas como Nvidia e AMD a priorizar clientes americanos antes de negociar com países sob embargo.

A liberação do H200 reacendeu críticas. A senadora Elizabeth Warren alertou que ampliar o acesso da China ao processador poderia “turbinizar o poder militar chinês e minar a liderança tecnológica americana”.

Especialistas em segurança nacional também expressam preocupação de que flexibilizações nos controles de exportação possam abrir caminho para que Pequim avance no desenvolvimento de modelos de IA de uso militar e estratégico.

Próximos passos

Nem a Nvidia nem o Departamento de Comércio dos EUA comentaram oficialmente a publicação de Trump. O acordo também depende da definição de regulamentações específicas que tornarão legal a cobrança dos 25% da receita gerada no mercado chinês.

Se implementada, a medida poderá remodelar a disputa tecnológica entre EUA e China e reacender debates sobre até onde o governo americano deve ir para proteger sua liderança frente ao avanço chinês na corrida da inteligência artificial.

Créditos da imagem: Nvidia

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