Mulheres egípcias usam IA para criar negócios e novas oportunidades

No Egito, onde apenas 16% das mulheres estão empregadas, um programa inovador chamado Freelance Mama está capacitando mulheres a desenvolverem seus próprios negócios, aproveitando o poder da inteligência artificial (IA).

O programa oferece uma oportunidade de networking, aprendizado e capacitação em diversas habilidades, permitindo que as mulheres conciliem suas responsabilidades familiares com suas aspirações profissionais.

“São mulheres não têm muito tempo por conta do cuidado com os filhos e não contam com rede de apoio. Mas fiquei bem impressionada com as ideias de negócios que elas têm, como elas se interessam e buscam. O programa ajuda as mulheres a encaixar a sua rotina de trabalho dentro desse curto período de tempo”, explica Mariana Diniz, facilitadora do programa Freelance Mama, iniciativa da Carerha em parceria com a Fundação Foundever.org, voltada ao fortalecimento profissional de mulheres.

O Freelance Mama funciona como um catalisador de oportunidades para as mulheres egípcias, oferecendo um espaço de conexão, aprendizado e troca de experiências.

Através da capacitação e do networking, visa a aumentar o conhecimento das mulheres e prepará-las para novas profissões, impulsionando sua participação no mercado de trabalho. A fundadora do programa tem a intenção de expandi-lo para outros países, ampliando o impacto e o alcance dessa iniciativa transformadora.

IA como Ferramenta de Empoderamento

Durante um workshop de três horas, as participantes exploraram as diferentes camadas da IA e como o ChatGPT pode ser utilizado para estruturar novos negócios, criar logomarcas e gerar apresentações e vídeos. A abordagem prática e interativa permitiu que as mulheres aplicassem a IA às suas necessidades imediatas, como a criação de um plano de negócios inicial.

“Eu começo o workshop trazendo um panorama geral, explicando por que acredito que a IA não vai substituir completamente os humanos, mas sim aqueles que não a utilizarem. Mostro a evolução das tecnologias ao longo da história e como elas sempre abriram novas oportunidades de trabalho. Em seguida, contextualizo com alguns dados do Egito: atualmente, o setor de tecnologia é o segundo que mais cresce no país, o que gera inúmeras oportunidades. Também destaco os novos cargos e profissões que surgem com a IA, a possibilidade do trabalho remoto e as vantagens que isso traz. Depois, apresento as diferentes camadas da inteligência artificial — machine learning, deep learning, generative AI e agency AI. A partir daí, mergulhamos na prática: explico como funciona a IA generativa, especialmente o ChatGPT”, explica Mariana Diniz.

A executiva acrescenta que, ao longo do workshop, buscou elaborar prompts bem direcionados para facilitar o dia a dia das participantes.

Como exemplo, mostrou que é possível tirar uma foto dos ingredientes disponíveis na geladeira e gerar automaticamente uma receita, trazendo mais praticidade para a rotina. No âmbito profissional, apresentou fórmulas de prompts voltadas a aumentar a produtividade, oferecendo ferramentas que podem agilizar tarefas e otimizar o trabalho.

A parte final é interativa: cada participante aplica a IA em suas próprias necessidades — desde a criação de um business plan até o desenvolvimento de uma identidade visual. “O impacto é imediato: elas saem do workshop não só com conhecimento, mas também com soluções concretas para seus projetos pessoais e profissionais”, comemora.

Mariana Diniz, líder global da Foundever

O Futuro do Trabalho e a IA
Acredita-se que a IA transformará o mercado de trabalho, exigindo que algumas profissões se reinventem. No entanto, também surgirão novas oportunidades e cargos, impulsionados pela IA. Para Mariana Diniz é essencial que as pessoas se preparem, estudem e entendam como utilizar a IA como aliada, tanto em novas profissões quanto nas existentes. “A IA pode ser usada como um “copiloto” ou assistente pessoal e profissional, permitindo que os profissionais se tornem mais produtivos e eficazes”, aponta.

Embora seja consenso que a tecnologia trará mudanças profundas, especialistas destacam que o cenário não é de substituição completa, mas de transformação. De acordo com Mariana Diniz, a IA deve exigir que diversas carreiras se reinventem. Algumas funções tendem a desaparecer ou a ser profundamente modificadas, mas, ao mesmo tempo, novas profissões surgirão, abrindo espaço para oportunidades inéditas.

Nesse contexto, o maior desafio para os trabalhadores será a adaptação. “Preparar-se, estudar e compreender como utilizar a inteligência artificial de forma estratégica são passos fundamentais. Mais do que temer a tecnologia, o profissional contemporâneo precisa enxergá-la como aliada. Isso significa aprender a aplicar ferramentas de IA tanto em novas funções quanto nas atividades já existentes, aumentando produtividade, eficácia e criatividade”, afirma.

Na sua visão, a ideia central é que a IA atue como um “co-piloto”: um assistente pessoal e profissional capaz de apoiar decisões, otimizar tarefas e se tornar um profissional melhor. “Assim, quem souber utilizá-la estará não apenas protegido das mudanças do mercado, mas também mais bem posicionado para crescer em meio a elas”, diz.

Freelance Mama: um programa que transforma vidas

“Sou fã número um do programa Freelance Mama e acredito profundamente no seu impacto.” É assim que muitas participantes descrevem a iniciativa, voltada para apoiar mulheres em sua inserção e fortalecimento no mercado de trabalho.

O projeto se destaca por combinar networking, capacitação e troca de experiências. Mais do que um curso, é um espaço de conexão, onde mulheres de diferentes trajetórias se encontram, compartilham vivências e constroem redes de apoio mútuo.
“Além disso, tem a questão da capacitação mesmo, que é dada pelo programa, em várias habilidades diferentes e para os pilares do programa. Então, eu acredito que ele é um programa muito importante, muito poderoso para ajudar essas mulheres a aumentarem o conhecimento. De repente, elas vão poder ter uma nova profissão, desenvolver novas habilidades e fazer networking. Então eu acredito muito”, conclui.

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