Implante auditivo ganha inteligência de máquina e passa a contar com atualizações de IA

Novo sistema da Cochlear usa machine learning para adaptar o som em tempo real e permite atualizar o implante ao longo dos anos.

A Cochlear anunciou o Nucleus Nexa System, primeiro implante coclear capaz de executar algoritmos de machine learning, armazenar dados personalizados e receber atualizações de firmware ao longo da vida útil do dispositivo. A novidade representa um avanço importante para dispositivos médicos com IA embarcada, já que o implante precisa operar por décadas com consumo mínimo de energia. As informações são da AI news.

O sistema conta com o SCAN 2, um classificador ambiental que identifica cinco tipos de som: fala, fala em ruído, ruído, música e silêncio. A partir dessa análise, o dispositivo ajusta automaticamente o processamento do áudio, tornando a experiência mais natural para o usuário. Segundo a Cochlear, parte dessa inteligência envolve um gerenciamento dinâmico de energia que otimiza o funcionamento entre o processador externo e o implante.

Outro recurso é o ForwardFocus, tecnologia que reduz ruídos laterais e traseiros com base em dois microfones, funcionando de forma totalmente automática. A proposta é diminuir o esforço cognitivo de quem usa o implante em ambientes complexos.

Uma das inovações mais marcantes é a possibilidade de atualizar o implante internamente. Até então, usuários só tinham acesso a melhorias de software ao trocar o processador externo. Agora, as atualizações podem ser enviadas diretamente ao implante por profissionais de saúde, ampliando a longevidade tecnológica do dispositivo.

O Nexa também guarda mapas auditivos personalizados na própria memória interna, permitindo que o usuário recupere facilmente seus ajustes caso o processador externo seja substituído.

Embora a atual geração use modelos de decisão para análise sonora, a empresa afirma que trabalha em versões futuras com redes neurais profundas para melhorar ainda mais a audição em ambientes ruidosos. A Cochlear também estuda usar IA para automatizar check-ups e reduzir custos de acompanhamento ao longo da vida.

O sistema deve receber suporte a Bluetooth LE Audio e Auracast, permitindo conexão direta a transmissões de áudio em locais como aeroportos e academias. A companhia prevê que, no futuro, implantes totalmente implantáveis poderão operar de forma autônoma, sem componentes externos.

A novidade aponta para um avanço significativo no uso de IA em dispositivos médicos implantáveis. Para milhões de pessoas com perda auditiva, a evolução dessa tecnologia promete ampliar a qualidade de vida e transformar a forma como esses equipamentos interagem com o ambiente.

Créditos da imagem: Cochlear/Divulgação

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