A NASA demonstrou, em teste recente, como a tecnologia baseada em inteligência artificial poderia ajudar naves espaciais em órbita a fornecer dados científicos mais direcionados e valiosos.
A tecnologia permitiu, pela primeira vez, que um satélite de observação da Terra olhasse para a frente ao longo de sua trajetória orbital, processasse e analisasse imagens rapidamente com IA a bordo e determinasse para onde apontar um instrumento. Todo o processo levou menos de 90 segundos, sem qualquer envolvimento humano.
Chamado de Alvo Dinâmico, o conceito está em desenvolvimento há mais de uma década no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, no sul da Califórnia. O primeiro de uma série de testes de voo ocorreu a bordo de um satélite comercial em meados de julho.
O objetivo: demonstrar o potencial do Alvo Dinâmico para permitir que orbitadores melhorem a obtenção de imagens do solo, evitando nuvens, e também para rastrear de forma autônoma fenômenos específicos e de curta duração, como incêndios florestais, erupções vulcânicas e tempestades raras.
“A ideia é fazer com que a nave espacial aja mais como um ser humano: em vez de apenas ver dados, ela pensa no que os dados mostram e como responder”, diz Steve Chien, pesquisador técnico em IA no JPL e pesquisador principal do projeto Dynamic Targeting.
“Quando um ser humano vê uma imagem de árvores queimando, ele entende que isso pode indicar um incêndio florestal, não apenas uma coleção de pixels vermelhos e laranja. Estamos tentando fazer com que a nave espacial tenha a capacidade de dizer: ‘Isso é um incêndio’ e, então, focar seus sensores no fogo.”
Crédito da imagem: Divulgação/NASA