Pesquisa entre 8 países mostra que Brasil lidera uso de inteligência artificial

Depois do Brasil, a Espanha é o país com maior número de pessoas que já utilizaram alguma plataforma de IA
Inteligência artificial Crédito: Pexels

Mesmo sem estar entre os mercados do mundo que mais investem no desenvolvimento de inteligência artificial generativa, o Brasil é o país com maior número proporcional de usuários que declaram já ter utilizado a tecnologia, à frente da Espanha, França, Itália, Austrália, Alemanha e Reino Unido e EUA, aponta pesquisa inédita da consultoria global Oliver Wyman.

Segundo o levantamento, realizado em formato de questionário on-line com 18 mil entrevistados nestes 8 países, 57% dos brasileiros declararam já ter usado plataformas de IA. A amostra no Brasil ouviu 3.000 indivíduos de 18 a 65 anos (ou mais), com renda familiar mensal de R$ 1.000 a mais de R$ 20.000.

A pesquisa foi aplicada nos Estados Unidos com participação de 6.032 pessoas, na Austrália (2.015), Alemanha (2.001), Reino Unido (2.000), Itália (1.001), Espanha (1.000) e na França (1.000).

Depois do Brasil, a Espanha é o país com maior número de pessoas que já utilizaram alguma plataforma de IA (46%) no universo investigado pela pesquisa. O país é seguido pela França (43%), Itália (42%), Austrália e Alemanha (ambas com 37%) e Reino Unido (35%).

Os Estados Unidos, onde o termo IA Generativa apareceu pela primeira vez, em 1956, é o país com menor número de usuários das plataformas de IA, segundo o levantamento da Oliver Wyman: apenas 33% dos americanos declaram já ter usado a tecnologia.

“A alta adesão dos brasileiros à IA generativa evidencia um público notoriamente aberto à experimentação tecnológica. Esse número expressivo pode refletir tanto o interesse natural por novidades digitais quanto a popularidade recente de ferramentas acessíveis, como chatbots e geradores de imagens”, diz Victoria Luz, Autora Best-Seller, especialista em IA e consultora de IA para Negócios.

“Em contraste, a taxa significativamente menor nos Estados Unidos sugere que, apesar de ser o berço de muitas dessas tecnologias, o público americano pode ser mais cauteloso, seletivo ou exigente em relação à sua adoção, possivelmente por questões de privacidade, regulação ou maturidade do mercado”, complementa.

Uso da IA na vida pessoal x no trabalho

O estudo mostra também que os indivíduos estão usando as plataformas de IA Generativa com mais intensidade na vida pessoal que no trabalho em todos os mercados pesquisados.

No Brasil, 20% dizem ter usado a tecnologia apenas na vida pessoal contra 11% apenas no trabalho.

Na Espanha, 19% usaram na vida pessoal e apenas 13% aplicaram a tecnologia nas atividades profissionais.

O mesmo padrão se repete na França (18% contra 11%), na Itália (21% contra 11%), na Austrália (17% contra 8%), na Alemanha (17% contra 9%), no Reino Unido (15% contra 9%) e nos EUA (17% contra 6%).

IA no trabalho e na vida pessoal

O grupo que respondeu que usa IA Generativa tanto na vida pessoal como no trabalho é maior no Brasil (26%).

Nos demais países investigados, o índice é menor: 14% na Espanha e na França; 12% na Australia; 11% na Alemanha e Reino Unido e 10% na Itália e EUA.

“Em todos os cenários o Brasil se destaca como forte usuário das IAs e um dos fatores que explica esta aderência é a receptividade cultural dos brasileiros às novas tecnologias, que pode ser observada em setores como serviços financeiros, com a rápida adoção de bancos digitais, e no varejo online, com o forte crescimento do e-commerce”, segundo a Oliver Wyman.

Jovens brasileiros usam mais IA

Um dos aspectos capturado pela pesquisa é a aderência maior dos jovens às ferramentas de IA Generativa.

“A geração Z já nasceu conectada e tende a incorporar novas tecnologias de forma natural e quase intuitiva. Os dados mostram que jovens lideram a experimentação com IA por já serem nativos digitais e estarem em busca constante de soluções que tragam agilidade, entretenimento e personalização. Esse perfil sugere que a tendência é de expansão ainda maior da IA conforme essa geração ganha mais espaço no mercado de trabalho”, diz Victoria.

No Brasil, segundo as pesquisas, os indivíduos da Geração Z, nascidos entre 1997 e 2010, são os maiores usuários deste tipo de tecnologia: 75% já utilizaram as plataformas seja para fins pessoais, trabalho ou para ambas as situações.

“Este comportamento, sem dúvida, reflete a familiaridade e a facilidade com que as gerações mais novas lidam com as tecnologias que vão surgindo”, observa a Oliver Wyman.

Entre Millenials, o índice é de 64%, e entre os indivíduos da Geração X o índice cai para 52%.

Entre os Boomers, apenas 30% utilizam a tecnologia de alguma maneira.

O especialista ressalta que a maior adoção de IA Generativa entre as gerações mais jovens sugere que a tecnologia está se tornando uma parte integral da vida cotidiana e profissional desses grupos.

“Enquanto na vida pessoal os assistentes virtuais como o ChatGPT podem ajudar com tarefas diárias, como planejamento de viagens e aprendizado de novos idiomas, no âmbito profissional ferramentas de GenAI têm sido usadas para automatizar tarefas repetitivas e até para desenvolvimento de códigos de programação e software”, explica.

Crédito da imagem: Pexels

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